quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Fichamento: “O Estado e Indivíduo sobre o Nacional Socialismo”, encontrado no livro “Tecnologia Guerra e Fascismo” de Marcuse

- O nacional socialismo não pode ser considerado uma revolução, pois não alterou a estrutura do processo produtivo, alguns grupos sociais ainda mantiveram o controle dos instrumentos de trabalho, não fazendo seu uso para o interesse geral da sociedade. A economia no Terceiro Reich era organizada em torno de grandes conglomerados industriais apoiados pelo governo, eles expandiram seus domínios antes mesmo da ascensão de Hitler ao poder.
- No regime nacional socialista o exército figura como um “Estado dentro do Estado”. Reorganizado segundo princípios mais democráticos de seleção, ele se afastava da organização que tinha no antigo Reich.
- Dentro do regime, empresário e operário são unidos na Frente Operaria Alemã, submetidos as mesmas regras de comportamento que os operários, os empresários acabaram por perder seus privilégios.
- O nacional socialismo liquidou as características essenciais do Estado Moderno, abolindo qualquer separação entre Estado e sociedade. O regime tendia ao autogoverno direto e imediato dos grupos sociais dominantes sobre o resto da população.
-A manipulação das massas visava libertar os instintos mais brutais e egoístas do indivíduo.
- Domínio da lei, monopólio do poder coercitivo e soberania nacional foram as três características abolidas pelo nacional socialismo. A lei não era algo universal e aplicável a todos igualmente, em seu lugar existiam direitos particulares diferentes: para o partido, para a indústria e para o “Volksgenossen” (camarada) comum.
- O Estado em si não era totalitário, mas a totalidade se encontrava no movimento nacional socialista. Segundo Hitler, o Estado não era um fim, mas um meio para a formação de uma cultura humana superior.
- Nesse período pós primeira guerra, a Alemanha perde seu mercado externo, tem seu mercado interno reduzido e ainda conta com uma legislação social, que combinada com os outros fatores impedia a utilização lucrativa de sua crescente indústria. Detectava-se a volta de uma política imperialista, o livre capitalismo não daria conta de transformar o Estado. O Estado democrático precisava ser transformado em autoritário para atingir suas metas.
- Hitler baseava-se no principio da eficiência, onde os indivíduos recebem uma parte na produção social baseada no seu desempenho na luta competitiva. Ele pregava uma “competição implacável”, vale tudo, desde que se mantenha dentro do padrão social estabelecido.
-A primeira tarefa do nacional socialismo era devolver o posto de poderoso concorrente no mercado internacional
- As relações econômicas deveriam ser transformadas em políticas, a expansão e dominação do Estado seria um agente executivo da economia. O Estado tomou para si a tarefa de criar um novo espaço para a iniciativa do empresário.
- O Estado deveria identificar-se diretamente com os interesses econômicos predominantes e ordenar as relações sociais de acordo com suas necessidades.
- Para atingir seus objetivos, o partido oferecia um aparato terrorista indispensável. Supervisionava a educação e o treinamento dos jovens, monopolizava o poder da polícia secreta e normal, alterava a lei de acordo com seus interesses, além de criar e perpetuar a ideologia oficial. A grande burocracia aplicada gerou muitos empregos e criou uma nova elite que se alia aos capitães da indústria.
- As forças armadas possuíam uma independência em relação ao partido, mas nem por isso deixavam de trabalhar em conjunto, ambos com interesses imperialistas.
- O Estado tinha uma soberania tripartite: Partido, indústria e forças armadas, dividindo o monopólio do poder coercitivo.
- A harmonia entre as três hierarquias era encontrada na figura do Fuhrer. Ele é o mediador das forças rivais. Sua decisão não era livre, pois ele tem sua origem ligada a filosofia e política dos grupos imperialistas dominantes a quem ele serviu. Ele é aceito como líder pois ele tinha o poder de dominar as massas e era um símbolo de eficiência. Os dirigentes da Alemanha não acreditavam em ideologias, mas sim na eficiência do Fuhrer.
- A eficiência nacional socialista estava totalmente a serviço da expansão imperialista, operando através do empobrecimento e repressão em escala internacional. Estados satélites deveriam alimentar a “raça superior”.
- O terror era também aquele terror legalizado menos visível, o da burocratização.
- Uma racionalidade técnica foi aplicada para dominar as massas, ela operava de acordo com padrões de eficiência e precisão. Tudo era minuciosamente controlado para a manutenção do aparato de dominação, onde a burocratização era um excelente instrumento.
- O Estado – uma maquina. Definição materialista que reflete melhor essa realidade nacional socialista.
- O Estado nacional socialista é o governo das forças econômicas, políticas e sociais hipostasiadas.
- A base energética de todo esse Império era o individuo. A evolução máxima do ser humano era buscada. Todos deveriam ter a oportunidade de ascender através de suas próprias habilidades. Empresa e nação trabalham em conjunto. “Einsatz”.
- O controle nacional socialista tende a abolir ou corrigir os mecanismos que poderiam impedir uma concentração de riquezas. Tudo deveria ser feito em prol do Reich.
- O regime era marcado pela separação de trabalhadores e fábricas, tudo era divido, uma fábrica era afastada da outra e dentro de cada uma os trabalhadores também deveriam ser divididos. Salários e condições de trabalho eram segredos militares, e sua revelação era considerada traição.
- Tudo era feito em massa, trabalho em massa, descanso em massa e férias em massa, tudo organizado e controlado pelo Partido.
- Tudo era realizado para gerar cada vez mais força de trabalho (bem mais valioso do indivíduo), depois de estudos, o lazer foi apontado como um bem para gerar força de trabalho, sendo assim, o Partido não mediu esforços para proporcionar isso ao povo.
- A privacidade era combatida. Um indivíduo não poderia ficar ‘”sozinho consigo mesmo”, para não “pensar na vida”.
- O nacional socialismo transformou o sujeito livre em economicamente seguro; eclipsou o perigoso ideal da liberdade com a realidade protetora da segurança. Essa segurança está ligada diretamente com a escassez e a opressão.
- Alguma liberdade deveria ser dada, nem que seja virtual, para isso houve a “abolição dos tabus amplamente aceitos”. Onde a quebra de certos tabus foi apoiada pelo partido. Esses tabus eram basicamente cristãos, como de castidade e monogamia. A procriação interessava ao partido, gerava força de trabalho e mercado consumidor. Houve todo um culto ao sexo. Prêmios por dar a luz a um bebê foram distribuídos.
- Indivíduos cujo prazer mais íntimo é estimulado e sancionado pelo Estado são propensos a se tornarem seus obedientes e seguidores.
- Uma falsa liberdade foi dada à população.
- A juventude, uma possível ameaça ao regime, era controlada através da educação e do culto ao sofrimento. Os jovens se identificavam com a figura do Fuhrer e com os ideais perpetuados por ele. Estímulos para a rebelião e protesto foram transformados em estímulos para a coordenação.
- O fascínio, a beleza e a licenciosidade das representações nacional-socialistas conservam as características da submissão e da dominação.

Um comentário:

Anônimo disse...

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