sábado, 1 de novembro de 2008

Fichamento - Wilheim Reich - Psicologia de Massa no Nazismo

- O autor abre o texto mostrando a “Teoria Racial” aplicada no nazismo. Mostra a idéia de que a ideologia econômica e social do 3° Reich era organizada em volta dessa superioridade racial ariana. Tudo gira para proteger a raça superior e garantir a pureza da raça ariana que segundo essa teoria é a raça com a missão de governar, justificando assim a expansão do reich.

- Essa teoria parte da hipótese da “lei de bronze” da natureza, onde o acasalamento exclusivo de cada animal com a sua própria espécie constituí essa lei. A natureza quer a pureza racial e garante essa superioridade da espécie através da seleção natural, na seleção da briga pelo pão de cada dia. O nazismo buscou transportar essa hipótese para os povos.

- Wilhem Reich mostra que só através da objetividade é possível combater as idéias fascistas para um fascista apaixonado. Ele divide como funções objetiva ( tapar com manto biológico as tendências imperialistas) e função subjetiva que consiste em exprimir certas correntes afetivas, inconscientes, nos sentimentos do nacionalista e de esconder atitudes psíquicas determinadas. Resumindo, ele através dos próprios preceitos nazistas busca contradições para mostrar como as idéias fascistas são absurdas.

- O fascismo é dominado por ideais abstratos, éticos, e pela crença na missão divina do Fuhrer . Essa identificação com o líder gera uma reprodução da imagem do Fuhrer em cada cidadão alemão. Criam-se pequenos Hitlers. Para mostrar à todos como todos esses pequenos hitlers são julgados como sub-homens pelo próprio sistema é preciso determinar o seu conteúdo afetivo e colocar os pontos de junção ideológico-sexuais do processo da formação das ideologias

- Algo impressionante é a assimilação estereotipada da expressão “envenenamento da raça” com “envenenamento do sangue”. Através de tal idéia o autor desenvolve um tópico de seu texto mostrando o traço de ligação afetiva na questão da sífilis e do sexo. Mostra trechos de Hitler falando de herança da doença por vícios dos pais e de como essa mistura de raças gera uma contaminação na raça superior. Essa teoria mostra um envenenamento político e moral atribuído ao judeu-internacional Karl Marx, ou seja, através desse misticismo Hitler consegue imprimir de maneira sutil um teor político em seu discurso.

- Wilhem coloca trechos da obra de Rosenberg ilustrando o misticismo fascista e comentando suas raízes e falhas. Rosenberg defende a idéia de que alguns deuses gregos eram puros e representavam a raça nórdica e que os deuses vindos do leste, deuses etruscos em sua origem, eram estrangeiros e contaminaram a pureza dos deuses gregos. É facilmente observado o absurdo de classificar deuses gregos entre estrangeiros e gregos, sendo que todos eles fazem parte da cultura grega.

- A sociedade na Alemanha Nazista era monogâmica e patriarcal, com diversos limites sexuais e valores éticos e morais que envolvem tal questão.
Esse modelo se encaixa com a presença da propriedade privada e do capitalismo financeiro presente no reich. Uma sociedade patriarcal onde a propriedade do sexo é privada e existem inúmeras repressões sexuais dentro da classe dominante, naturalmente buscará explorar a falta de “moral sexual” das classes inferiores e tirar algum proveito dessa exploração. Isso tudo ilustra bem como esse modelo ético sexual cabe perfeitamente na sociedade alemã do 3° Reich.

- As classes inferiores sem uma moralidade sexual, representam uma ameaça ao sistema regente e à classe dominante pois dentro de todos existe despudor sexual que é reprimido pelo capitalismo. A partir do momento em que todos descobrem esse dragão adormecido dentro de si, a sociedade muda e se transforma em algo mais igualitário e matriarcal onde todos tem igualdade de explorar sua sexualidade. Isso é claramente transposto para o plano político representando uma grande ameaça a forma como essa sociedade patriarcal é organizada. Até os dias de hoje isso representa uma ameaça pois não rompemos com esses preceitos morais nessas questões que formam um microcosmo da organização de nossa sociedade desigual e exploratória.

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